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Saturday, July 25, 2009

Dois

Dois. Apenas dois. Dois seres. Dois objectos patéticos. Cursos paralelos. Frente a frente. Sempre. A olharem-se. A pensar talvez Paralelos que se encontram no infinito. No entanto sós. Por enquanto. Eternamente dois.

Monday, July 20, 2009

Nunca te direi que...

... és o meu Sol, a minha Lua, as minhas Estrelas.
... és a minha Estrela Polar, o meu Norte, a minha Rosa-dos-Ventos.
... és o meu Rumo, o meu Azimute, o meu Caminho.
... és o meu Carvalho, o meu Castanheiro, o meu Salgueiro.
... és o meu Livro, a minha Música, o meu Filme.
... és o meu Girassol, a minha Papoila, a minha Margarida.
... és a minha Nuvem, o meu Orvalho, a minha Neve.
... és o meu Evereste, o meu Kilimanjaro, o meu Fuji.
... és o meu Vesúvio, o meu Etna, o meu Stromboli.
... és o meu Diamante, a minha Granada, a minha Esmeralda.
... és o meu Clooney, o meu Ford, o meu Owen.
... és o meu Angel, o meu Allure, o meu Romance.
... és o meu Vermelho, o meu Verde, o meu Arco-Íris.
... és o meu Shakespeare, o meu Cervantes, o meu Scott.
... és a minha Londres, a minha Nova Iorque, a minha Buenos Aires.
... és o meu Comboio, o meu Avião, o meu Submarino.
... és a minha Planície, o meu Planalto, a minha Serra.
... és o meu Oceano, o meu Rio, o meu Lago.
... és o meu Bosque, o meu Prado, a minha Clareira.
... és o meu Zénite, o meu Auge, o meu Apogeu.
... és o meu Brilho, o meu Fulgor, a minha Cintilação.
Nunca te direi que és o meu...

Wednesday, July 15, 2009

Existir

Era uma vez um coração. Um coração pequenino e maltratado. Já tinha passado por muita coisa na vida. Já amara e fora amado. Já amara e fora desprezado. Já pensara que amava novamente. Tanto sofreu que encolheu. Tornou-se cada vez mais pequeno. Queria desaparecer. Para quê continuar a existir se não conseguia amar? Para quê continuar a existir se não conseguia ser amado? Cada dia que passava, mais pequeno o coração se tornava. Triste, sozinho. O desespero apoderou-se de si. Mais tarde o desalento instalou-se. E assim ficou. Quieto, a um cantinho definhava. Um dia viu ao longe um outro coração. Pequenino e maltratado. Chamou-o para junto de si. E hoje estão os dois juntinhos, ainda pequeninos mas mais cheiinhos. Juntos à espera do que o futuro trará.

Monday, July 13, 2009

Guardião

Era uma vez um Anjo. Um Anjo triste. Um Anjo que se encontrava perdido. Sem Rumo. Sem destino. Que durante a sua vida tinha cometido algumas asneiras. Sentia que não era um bom Anjo. Que tinha demasiadas faltas no seu passado. O Anjo acreditava que se delineasse bem um caminho a seguir, poderia ter um futuro mais ou menos definido. Não se permitiria afastar-se desse plano traçado. Um dia, numa das suas paragens para pensar na sua vida, da qual não se orgulhava muito, encontrou uma Andorinha. Uma Andorinha com o coração a sangrar. Que também precisava encontrar um rumo. Que precisava acalmar. Que queria dar um novo início à sua vida. O Anjo tomou a Andorinha nas mãos. Cobriu-a com as suas asas. Tornou-se num Anjo da Guarda.

Friday, July 3, 2009

Ninho

Era uma vez um passarinho. Um passarinho que estava sozinho no ninho. Só, muito só. À sua frente estendia-se uma paisagem bela. Tão bela quanto extensa. E essa extensão assustava-o. O desconhecido assustava-o. Quantas vezes tentou sair do ninho. Quantas vezes desistiu. Havia sempre algo que o puxava para trás. Uma voz que lhe dizia: Não vás! Vais perder-te! Vais acabar mal! E o passarinho tentava esticar as asas, mas não se atrevia a ir até ao fim. E os dias passavam assim. Mas também havia outra voz que lhe dizia: Vai! Tenta! Só arriscando é que poderás saber o que o futuro te reserva. Até que um dia o passarinho sentiu esta voz a falar mais alto. A falar no seu coração. E o passarinho esticou as asas. Até ao fim. E voou.